Concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona em número (singular ou plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa), concordando com o sujeito gramatical.
Exemplos de concordância verbal
- Eu sou feliz.
- Nós somos felizes.
- Mariana já tomou banho.
- Mariana e Alice já tomaram banho.
Embora haja a regra básica de concordância verbal com o sujeito gramatical, existem diversos casos específicos. Confira todas as regras de concordância verbal:
Regras de concordância verbal com SUJEITO SIMPLES
O sujeito é simples quando apresenta apenas um núcleo (um só sujeito). É com esse núcleo que o verbo deverá concordar em número e pessoa.
- A criança gosta de jogar videogame.
- As crianças gostam de jogar videogame.
- Eu vi o incêndio.
- Nós vimos o incêndio.
Casos específicos de concordância verbal com sujeito simples
Além da regra base, existem casos específicos de concordância com um sujeito simples:
- Fui eu que pedi a tapioca.
- Fui eu quem pediu a tapioca.
- A maioria dos convidados não compareceu.
- Ele é um dos que deram a sua opinião.
- A multidão aplaudiu de pé!
- Quantos de nós também já erraram?
Veja explicações pormenorizadas e exemplos em: Casos específicos de concordância verbal com sujeito simples.
Regras de concordância verbal com SUJEITO COMPOSTO
O sujeito é considerado composto quando apresenta dois ou mais núcleos (mais de um sujeito). Regra geral, o verbo deverá concordar em número e pessoa com todos os núcleos, aparecendo sempre no plural. Isso acontece quando os dois sujeitos se referem à 3.ª pessoa.
- O Paulo e a Helena estão namorando.
- Ele e ela são melhores amigos há anos.
- Os cadernos e as folhas ficaram em cima da mesa.
- Minha prima e meu primo foram de lua de mel para o México.
Concordância com diferentes pessoas gramaticais
Quando o sujeito é formado por diferentes pessoas gramaticais, a concordância verbal é feita com a 1.ª pessoa do plural (nós), se houver um sujeito na 1.ª pessoa (eu). Se houver um sujeito na 2.ª pessoa (tu), o verbo poderá ser conjugado na 2.ª pessoa do plural (vós) ou na 3.ª pessoa do plural (vocês).
- Eu e ele fomos os mais rápidos. (nós)
- Eu e você fomos os mais rápidos (nós)
- Eu e tu fomos os mais rápidos. (nós)
- Tu e ele fostes os mais rápidos. (vós)
- Tu e ele foram os mais rápidos. (vocês)
Nos casos em que o sujeito aparece depois do verbo, a concordância poderá ser feita conforme explicado acima ou ser feita apenas com o sujeito mais próximo.
- Dançaremos eu e minha amiga na festa da escola
- Dançarei eu e minha amiga na festa da escola.
- Comeram você e ele um belo manjar!
- Comeu você e ele um belo manjar!
Casos específicos de concordância verbal com sujeito composto
Existem ainda outros casos específicos de concordância com um sujeito composto:
- Nem Camila nem Raquel chegou em primeiro lugar na corrida.
- Pudim de leite ou quindim são as minhas sobremesas preferidas.
- Nem um nem outro trouxe a contribuição que foi pedida.
- Tanto a alegria quanto a tristeza fazem parte da vida.
- A irmã com o irmão fizeram de barro uma escultura no jardim.
- Limpar e arrumar dá muito trabalho.
Veja exemplos e explicações pormenorizadas em: Casos específicos de concordância verbal com sujeito composto.
Regras de concordância verbal com o VERBO SER
O verbo ser estabelece concordância com o sujeito gramatical, conforme a regra base de concordância verbal. Contudo, sendo um verbo de ligação, em alguns casos estabelece concordância com o predicativo do sujeito.
Exemplos de concordância com o sujeito
- Eu sou uma menina muito divertida.
- A Helena é uma menina muito divertida.
- A Paula e a Luísa são umas meninas muito divertidas.
Exemplos de concordância com o predicativo sujeito
- Quem são os pais desta criança?
- São nove da manhã.
- Até parece que tudo são rosas.
Veja exemplos e explicações pormenorizadas em: Concordância do verbo ser com o predicativo do sujeito.
Regras de concordância verbal com VERBOS NO INFINITIVO
Os verbos no infinitivo podem ser utilizados havendo a flexão do verbo (infinitivo pessoal) ou não havendo a flexão do verbo (infinitivo impessoal).
Concordância verbal com infinitivo pessoal (flexionado)
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo pessoal, havendo a flexão do verbo, sempre que houver um sujeito definido ou quando se quiser definir o sujeito. Também quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira e para indicar indeterminação do sujeito na 3.ª pessoa do plural.
- Este lanche é para nós comermos. (sujeito definido nós)
- Acho importante finalizares o projeto. (para definir o sujeito tu)
- Ouvi criticarem as medidas do governo. (indeterminação do sujeito)
- A mãe não viu os filhos entrarem em casa. (sujeitos diferentes nas duas orações)
Concordância verbal com infinitivo impessoal (não flexionado)
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo impessoal, não havendo a flexão do verbo, quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais e com alguns verbos sensitivos e causativos (ver, sentir, mandar). Também quando o verbo tiver regência de uma preposição e quando o verbo apresentar um sentido imperativo.
- Ser feliz é o mais importante! (sem sujeito definido)
- Minha irmã trouxe um livro para ela ler no ônibus. (mesmo sujeito)
- Apenas os especialistas conseguiram ler as escrituras. (locução verbal)
- Fui obrigada a saber essas datas de cor. (regência de preposição)
- Falar baixo! (sentido imperativo)
Veja exemplos e explicações pormenorizadas em: Diferenciação na concordância com o infinitivo pessoal e o infinitivo impessoal.
Regras de concordância verbal com VERBOS IMPESSOAIS
Quando os verbos não apresentam sujeito, sendo chamados de impessoais, a concordância verbal deverá ser feita sempre com a 3.ª pessoa do singular.
Os principais verbos impessoais são o verbo haver (com sentido de existir), o verbo fazer (indicando tempo decorrido) e verbos que se referem a fenômenos meteorológicos.
- Havia apenas uma cadeira na sala.
- Havia cadeiras suficientes na sala.
- Faz um ano que eu o conheci.
- Faz cinco anos que eu o conheci.
- Chovia todos os dias.
- Nos últimos dias anoiteceu cedo.
Veja exemplos e explicações pormenorizadas em: Exemplos de concordância verbal com verbos impessoais.
Regras de concordância verbal com a PARTÍCULA SE
A concordância verbal com a partícula se é diferente se atuar como partícula apassivadora (variável) ou partícula de indeterminação do sujeito (invariável).
Concordância verbal com se como partícula apassivadora
Quando a palavra se é uma partícula apassivadora, a concordância verbal é estabelecida com o sujeito paciente, variando em número. A palavra se atua como partícula apassivadora quando, numa oração na voz passiva, o objeto direto assume a função de um sujeito que sofre a ação.
- Vende-se apartamento. (apartamento vende-se)
- Vendem-se apartamentos. (apartamentos vendem-se)
Concordância verbal com se como partícula indeterminadora do sujeito
Quando a palavra se é uma partícula indeterminadora do sujeito, a concordância verbal é estabelecida sempre com a 3.ª pessoa do singular. A palavra se atua como partícula indeterminadora do sujeito quando a oração não é formada por um objeto direto, mas sim por um objeto indireto ou por verbos intransitivos. A partícula se deverá ser entendida como um pronome indefinido que indetermina o sujeito.
- Precisa-se de empregado. (alguém precisa de empregado)
- Precisa-se de empregados. (alguém precisa de empregados)
Veja exemplos e explicações pormenorizadas em: Diferenciação da concordância verbal com a partícula se.
Regras de concordância verbal com o VERBO PARECER
Nas construções em que o verbo parecer aparece conjugado com um verbo no infinitivo, a concordância verbal pode ser feita de duas formas: pode ocorre apenas a flexão do verbo parecer ou apenas a flexão do verbo no infinitivo. O erro ocorre quando é feita a flexão dos dois verbos em simultâneo.
- O cachorro parecia entender a dona.
- Os cachorros pareciam entender a dona. (flexão do verbo parecer)
- Os cachorros parecia entenderem a dona. (flexão do verbo no infinitivo)
Veja exemplos e explicações pormenorizadas em: Particularidades na concordância verbal com o verbo parecer.
Regras de concordância verbal com os verbos DAR, BATER e SOAR
Com os verbos dar, bater e soar, a concordância verbal pode ser feita de duas formas. Concordância verbal com o sujeito da oração, sendo dada ênfase ao substantivo, ou concordância verbal com o numeral que indica as horas, sendo dada ênfase ao verbo,
- O relógio da torre deu onze horas. (concordância com o sujeito)
- Os relógios da torre deram onze horas. (concordância com o sujeito)
- Deu uma hora no relógio da torre. (concordância com o numeral)
- Deram onze horas no relógio da torre. (concordância com o numeral)
Veja exemplos e explicações pormenorizadas em: Exemplos de concordância verbal com os verbos dar, bater e soar.
Regras de concordância verbal com HAJA VISTA
Com a expressão haja vista são aceitos dois tipos de concordância verbal. Ou a expressão se mantém inalterada, sempre no singular, ou ocorre flexão do verbo haver em número, ficando haja vista ou hajam vista.
- É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista a injustiça social que ainda ocorre.
- É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista as injustiças sociais que ainda ocorrem.
- É necessária uma mudança de mentalidades, hajam vista as injustiças sociais que ainda ocorrem.
Veja exemplos e explicações pormenorizadas em: Exemplos de concordância verbal com haja vista.
Concordância verbal e concordância nominal
Além de concordância verbal, numa frase ocorre também concordância nominal.
A concordância verbal é a concordância entre o sujeito e o verbo (em número e pessoa):
- eu estudei;
- ela estudou;
- nós estudamos;
- eles estudaram.
A concordância nominal é a concordância entre o substantivo e os diversos termos da oração que se relacionam com ele (em gênero e número):
- a caneta nova;
- as canetas novas;
- o caderno novo;
- os cadernos novos.
Saiba mais sobre concordância nominal em: Concordância nominal e casos específicos de concordância nominal.