Conjunções são palavras invariáveis que promovem ligação entre os elementos do texto. As conjunções coordenativas ligam orações independentes (chamadas de orações coordenadas sindéticas) ou termos semelhantes de uma mesma oração.
Exemplos:
Miguel pegou o casaco e saiu.
Nesta frase, a conjunção e liga duas ações: Miguel pegou o casaco; Miguel saiu. Entretanto, uma ação não depende da outra para acontecer, por isso se diz que são orações independentes.
Miguel pegou o casaco e o boné.
Nesta frase, a conjunção e liga os termos o casaco e o boné. Os dois completam o sentido do verbo pegar, por isso são termos semelhantes da mesma oração.
A classificação das conjunções coordenativas
As conjunções coordenativas são classificadas em cinco tipos, de acordo com a ideia que apresentam.
1) Conjunção coordenativa aditiva - apresenta relação de soma ou adição entre os termos da oração.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só... mas também, não apenas... como também, bem como.
Exemplos:
- Flávia estuda e trabalha.
- A menina não deitou nem dormiu.
- Felipe não só almoçou, mas também comeu sobremesa.
- Marta não apenas escreveu um livro, como também publicou.
- Tenho esperança no futuro, bem como tenho esperança em você.
2) Conjunção coordenativa adversativa ou opositiva - apresenta relação de contraste ou ressalva entre os termos da oração.
Principais conjunções alternativas: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, contudo.
Exemplos:
- Carlos caiu, mas não se machucou.
- Ela não gostava de doces, porém apreciava chocolate.
- Procuramos a pulseira que caiu no parque, todavia não a encontramos.
- A moça sabia muitas coisas; não sabia, entretanto, conversar com as pessoas.
- Joel comprou os ingredientes do bolo, no entanto esqueceu do fermento.
- O professor ficou feliz com o convite, contudo não pôde aceitar.
3) Conjunção coordenativa alternativa - apresenta relação de alternância, ou seja, ideias que não acontecem ao mesmo tempo.
Principais conjunções alternativas: ou, ora... ora, quer... quer.
Exemplos:
- Será que pego um ônibus ou vou andando?
- A menininha ora pega a boneca, ora lê o livro de figuras.
- Quer chova, quer faça sol, vou ao nosso encontro.
4) Conjunção coordenativa conclusiva - introduz relação de conclusão, ou seja, a segunda oração é o resultado lógico da primeira.
Principais conjunções conclusivas: assim, logo, portanto, pois, então, por isso, por conseguinte.
Exemplos:
- Vamos sair mais cedo, assim não nos atrasamos.
- Ana jantou, logo não estava com fome.
- O aluno fez todas as atividades, portanto tinha o caderno completo.
- Laura gosta de artesanato; deveria, pois, fazer cursos na área.
- Mariana quer muito ir ao show, por isso já comprou o ingresso.
- O proprietário quer reformar o apartamento, por conseguinte vai aumentar o aluguel.
5) Conjunção coordenativa explicativa - introduz relação de explicação, ou seja, a segunda oração apresenta detalhamento da primeira.
Principais conjunções explicativas: pois, porque, que, porquanto
Exemplos:
- Andei de montanha-russa duas vezes, pois não tenho medo.
- O dia não devia estar tão quente, porque está chovendo.
- Não grite, que vai acordar o menino!
- Os navios partiram, porquanto desejavam explorar novos mares.
Diferenças entre conjunções coordenativas e subordinativas
A diferença entre os tipos de conjunção é que as subordinativas estabelecem ligação entre orações que dependem umas das outras, enquanto as coordenativas ligam orações independentes.
As conjunções subordinativas se dividem em dois tipos: integrantes (que e se), que não têm sentido próprio, e adverbiais, que introduzem circunstâncias de causa, comparação, concessão, condição, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo.
Algumas orações coordenadas são muito parecidas com subordinadas adverbiais. Embora na prática expressem a mesma ideia, sintaticamente são diferentes, já que as subordinadas funcionam como termo de uma oração principal. As orações que causam confusão são:
Oração coordenada conclusiva e oração adverbial consecutiva
A oração conclusiva e a oração consecutiva apresentam ideia de resultado, de conclusão lógica de uma ideia. A estrutura delas, no entanto, é diferente. Veja os exemplos:
Késia comeu muito, por isso passou mal.
Nesta frase, a segunda oração é o resultado da primeira. Entretanto, não existe ligação entre os elementos da frase: se a vírgula fosse substituída por um ponto, criando dois períodos, não haveria problema de coesão ou de compreensão.
Késia comeu tanto que passou mal.
Nesta frase, a segunda oração também é o resultado da primeira. No entanto, se as duas orações forem separadas por um ponto, há perda de coesão e isso pode trazer problemas de compreensão. Isso acontece porque a segunda oração é um termo da primeira, as duas são dependentes e não podem ser separadas.
Oração coordenada adversativa e oração adverbial concessiva
A oração adversativa e a oração concessiva apresentam ideia de contraste ou oposição. Há diferença na estrutura de cada uma delas e há também uma ligeira diferença de ênfase na interpretação. Veja os exemplos:
Fomos para a praia, mas choveu o tempo todo.
Nesta frase, a segunda oração apresenta uma oposição à expectativa criada pela primeira, de aproveitar a praia com dias de sol e calor. A ênfase recai sobre a segunda ideia, iniciada por mas. Como são orações independentes, a vírgula pode ser substituída por ponto sem prejuízo de sentido.
Apesar de ter chovido o tempo todo, fomos para a praia.
Nesta frase, também se apresenta uma quebra de expectativa. A ênfase, no entanto, recai sobre fomos para a praia, que é a oração principal. Como se trata de subordinação, a substituição da vírgula por ponto torna a ideia incompleta e provoca dificuldade de leitura.
Oração coordenada explicativa e oração adverbial causal
Essa é a relação mais complicada de diferenciar, tanto que há gramáticos e linguistas que consideram as duas como uma única ideia. A oração explicativa e a causal podem indicar o motivo pelo qual aconteceu alguma coisa e ambas usam o mesmo conectivo (porque). Um detalhe, porém, ajuda a diferenciá-las: a oração explicativa apresenta uma vírgula antes da conjunção, o que não acontece na oração causal. Veja os exemplos:
Maria deve ter ficado triste, porque estava chorando.
Nesta frase, apresenta-se uma explicação para o fato de Maria estar chorando, mas não o motivo do choro. Como sempre acontece nas orações coordenadas, é possível substituir a vírgula por um ponto sem prejuízo da coerência.
Maria deve ter ficado triste porque não pôde viajar.
Nesta frase, apresenta-se o motivo pelo qual Maria ficou triste. Como são ideias interligadas, separar as duas com ponto final provoca problemas de coerência e de coesão.
Veja também:
Conjunções subordinativas
Tabela de conjunções coordenativas e subordinativas