Paródia e paráfrase são tipos distintos de intertextualidade. A intertextualidade pode ser definida como as relações que se estabelecem entre textos.

Intertextualidade ocorre uma vez que vários autores se baseiam em textos já existentes para escrever seus próprios textos. Pode ser planejada, apresentando vestígios do texto original, bem como ser apenas uma coincidência.

Paráfrase

Paráfrase é caracterizada como sendo uma reafirmação de um tema já trabalhado por outro autor. Embora sejam usadas diferentes palavras, estruturas e estilos, as ideias transmitidas no texto original são conservadas, não havendo mudança na temática principal do texto.

Diversos autores apresentam obras literárias e artísticas sobre temáticas comuns, como o enaltecimento da pátria, a mudança ao longo da vida, Deus, as intrigas da sociedade,...

Exemplos de paráfrase:

  • "Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá..." (Canção do exílio, Gonçalves Dias)
  • "Do que a terra mais garrida / teus risonhos, lindos campos têm mais flores / nossos bosques têm mais vida..." (Hino Nacional Brasileiro, J.O.D. Estrada)
  • "Moro num país tropical / abençoado por Deus / e bonito por natureza..." (País Tropical, Jorge Ben Jor)

Paródia

Paródia é caracterizada como sendo uma subversão de um tema já trabalhado por outro autor. Ocorre um rompimento com o que foi dito anteriormente, havendo uma clara alteração da abordagem. A paródia é maioritariamente utilizada com finalidade jocosa e satírica. Assim, sendo engraçada e crítica, promove não só um momento de fruição, mas também de reflexão.

Exemplos de paródia:

  • Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. (ditado popular)
  • Se Maomé não vai à montanha, a montanha vaia Maomé. (paródia)
  • Quem tem boca vai a Roma. (ditado popular)
  • Quem tem carro vai a Roma. (paródia)

Atenção!
Paráfrase e paródia não são formas de plágio. São formas de intertextualidade legais e dependentes da criação do seu autor. Já o plágio é um tipo de intertextualidade ilegal caracterizada por haver cópia e uso indevido de um texto alheio, sem processo de criação envolvido.

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.