Sujeito é um termo essencial da oração, assim como o predicado. Para identificá-lo, é necessário olhar para o verbo do predicado e realizar as perguntas “o quê?” ou “quem?”. Por exemplo, na oração “Maria brincou”, podemos perguntar “quem brincou?” e ter como resposta “Maria” – o sujeito da oração. Já em “A loja fica ali”, o sujeito é “a loja” (o que fica ali?).

Esses são exemplos de sujeito simples, mas existem outros tipos. Os tipos de sujeito são:

  • simples, composto e oculto (ou desinencial) – classificados como sujeito determinado, porque aparecem escritos na oração ou são revelados pelo verbo;
  • indeterminado – classificado dessa forma porque não se revela com clareza o sujeito;
  • inexistente – que não é propriamente um tipo, mas recebe essa classificação em orações sem sujeito, isto é, orações que possuem somente predicado.

Conheça cada um dos tipos de sujeito com detalhes.

Sujeito simples

O sujeito simples é o que apresenta apenas um núcleo. Ele pode ser formado por mais do que uma palavra ou por palavras no plural, mas tem apenas um termo que faz concordância com o predicado.

  • Minha tia Helena chega amanhã ao Brasil.
  • A secretária atendeu a todas as chamadas.
  • Eles pediram ajuda a alguém?
  • A minha blusa amarela ficou manchada.
  • O telefone ainda não parou de tocar.

Entenda:
O meu irmão mais velho viajou ontem para a Argentina.
Sujeito simples: O meu irmão mais velho
Núcleo do sujeito simples: irmão
Concordância com o predicado: viajou

Sujeito composto

O sujeito composto é o que apresenta dois ou mais núcleos. Ele também pode ser formado por diversas palavras, mas o predicado faz obrigatoriamente concordância com os dois ou mais núcleos presentes.

  • Minha tia Helena e meu tio Carlos chegam amanhã ao Brasil.
  • A secretária e o estagiário atenderam todas as chamadas.
  • Ele e ela pediram ajuda a alguém?
  • A minha blusa amarela e a minha saia azul ficaram manchadas.
  • O telefone e a campainha ainda não pararam de tocar.

Entenda:
O meu irmão mais velho e a minha irmã mais nova viajaram ontem para a Argentina.
Sujeito composto: O meu irmão mais velho e a minha irmã mais nova
Núcleos do sujeito composto: irmão e irmã
Concordância com o predicado: viajaram

Sujeito oculto (ou sujeito desinencial)

O sujeito oculto é um sujeito que não está enunciado na oração, mas que pode ser facilmente identificado pelo contexto. A sua identificação é feita por meio de uma referência anterior ou da desinência do verbo, ou seja, da terminação da forma verbal conjugada numa determinada pessoa.

  • Corri o mais que pude, mas não a alcancei. Sujeito: eu (eu corri).
  • Estamos estudando alemão por motivos profissionais. Sujeito: nós (nós estamos estudando).
  • Meus amores, esperem por mim aqui. Sujeito: vocês (vocês esperem).
  • Estava decidida! Saiu de casa e não olhou para trás. Sujeito: ela (ela estava decidida, saiu... e não olhou...).

Entenda:
Fico aqui durante três horas se for preciso.
Sujeito oculto: eu
Desinência verbal: -o (fico) desinência indicativa da 1.ª pessoa do singular (eu).

O sujeito oculto é também chamado de sujeito desinencial, sujeito implícito ou sujeito elíptico. Embora não apareça enunciado de forma explícita na frase, é um sujeito determinado porque está presente de forma implícita, sendo facilmente identificado.

Sujeito indeterminado

O sujeito indeterminado é um sujeito que não se revela na oração. Ou seja: existe um sujeito, mas ele não é revelado.

Suponha que lhe digam “bateram no carro estacionado aqui”. Nesse caso, sabe-se que alguém praticou a ação, mas não se especifica quem. Pode haver desconhecimento dessa informação ou não ser importante ter essa informação.

Não confunda com o sujeito oculto, que é revelado pelo contexto. Compare estes exemplos:

Exemplo 1

  • Joana e Carlos estão bem. Chegaram hoje.
  • Há duas orações: [1] Joana e Carlos estão bem. [2] Chegaram hoje.
  • Na segunda oração, o sujeito é oculto. O verbo “chegaram” está na 3ª pessoa do plural (eles), fazendo referência a Joana e Carlos.

Exemplo 2

  • Falaram de você na reunião.
  • Nessa oração, o sujeito é indeterminado. O verbo "falaram" está na 3ª pessoa do plural, porém sem referência anterior. Não se sabe, não se pode ou não se quer revelar quem praticou a ação.

O sujeito é indeterminado nas orações com:

  • verbos na 3.ª pessoa do plural, sem qualquer referência anterior;
  • verbos na 3.ª pessoa do singular, com a partícula "se", indeterminadora do sujeito;
  • verbos conjugados no infinitivo impessoal.

Verbo na 3.ª pessoa do plural sem referência anterior:

  • Gritaram o meu nome no meio da multidão.
  • Bateram no carro que estava estacionado na esquina.

Verbos na 3.ª pessoa do singular com a partícula se:

  • Vive-se com segurança nesta cidade.
  • Precisa-se de funcionários.

Verbos no infinitivo impessoal:

  • É muito importante ter uma alimentação saudável
  • É proibido fumar aqui.

Entenda:
Assaltaram minha irmã no supermercado.
Sujeito indeterminado: Não se consegue saber quem realizou a ação, ou seja, quem assaltou a irmã.

Sujeito inexistente (ou oração sem sujeito)

Existem orações que não apresentam sujeito, sendo formadas apenas pelo predicado. Narram um acontecimento, sem o atribuir a um ser que atue como agente da ação verbal.

As orações sem sujeito são formadas por verbos impessoais, estando o verbo sempre conjugado na 3.ª pessoa do singular. Isso acontece com:

  • verbos que indicam fenômenos atmosféricos e da natureza (chover, ventar, amanhecer, anoitecer, escurecer…);
  • verbos haver e ter com sentido de existir;
  • verbos fazer, haver e ir indicando tempo decorrido;
  • verbo ser indicando horas.

Verbos que indicam fenômenos atmosféricos e da natureza:

  • Já anoiteceu.
  • Chovia torrencialmente naquela madrugada.

Verbo haver com sentido de existir:

  • Há inúmeras reclamações.
  • Havia muitos problemas entre eles.

Verbo fazer indicando tempo decorrido:

  • Faz cinco anos sem ela aqui.
  • Já faz uma hora de espera.

Verbo ser indicando horas:

  • São quatro e quinze.
  • São dez horas.

Entenda:
Não neva nesta cidade há muitos anos.
Sujeito inexistente: São duas orações sem sujeito. Neva é uma forma do verbo nevar, que indica um fenômeno atmosférico e da natureza; há é uma forma do verbo haver, usada para indicar tempo passado, já decorrido.

Tabela com o resumo dos tipos de sujeito

Tipos de sujeito. Determinado: pode ser identificado, seja de forma explícita ou pela desinência do verbo. Exemplos: ela pediu ajuda (sujeito simples); ele e ela pediram ajuda (sujeito composto); pedimos ajuda (sujeito oculto). Indeterminado: não é revelado na oração. Exemplo: gritaram o meu nome na multidão. Inexistente: ocorre nas orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado (com verbos impessoais). Exemplo: chovia ontem.

Sujeito agente e paciente

Além da classificação acima apresentada, o sujeito pode também ser classificado em agente e paciente.

Sujeito agente

O sujeito é agente quando realiza a ação verbal. Ocorre nas frases na voz ativa.

  • A Denise vai pagar a conta.
  • Minha avó fez este bolo de chocolate.

Entenda:
Paula leu o livro. = sujeito agente
Quem leu o livro? Paula

Sujeito paciente

O sujeito é paciente quando sofre a ação verbal. Ocorre nas frases na voz passiva.

  • A conta será paga pela Denise.
  • Este bolo de chocolate foi feito pela minha avó.

Entenda:
O livro foi lido pela Paula. = sujeito paciente
O que foi lido? O livro

Sujeito agente e paciente

O sujeito é agente e paciente quando realiza e sofre a ação verbal. Ocorre nas frases na voz reflexiva.

  • Denise olhou-se no espelho.
  • Marcela ainda não se penteou.

Entenda:
Paula cortou-se com a faca do pão. = sujeito agente e paciente
Quem se cortou? Paula
Quem foi cortado? Paula

Saiba mais sobre como identificar o sujeito e a sua posição na frase.

Exercícios sobre os tipos de sujeito

1. Identifique o sujeito das seguintes frases e classifique quanto ao tipo de sujeito.

a) Todos escolheram pudim para sobremesa.
b) Queremos melhores salários!
c) Já amanheceu?
d) O Marcelo e o Rogério ainda não chegaram.
e) Os meus primos moram em Manaus.
f) Viste o que aconteceu?
g) Necessita-se de ajuda imediata.
h) O computador e o celular estão na minha bolsa.

a) sujeito simples: todos
b) sujeito oculto: nós
c) sujeito inexistente (oração sem sujeito)
d) sujeito composto: o Marcelo e o Rogério
e) sujeito simples: os meus primos
f) sujeito oculto: tu
g) sujeito indeterminado (partícula se indeterminadora do sujeito)
h) sujeito composto: o computador e o celular

2. Em qual das seguintes orações há um sujeito indeterminado?

a) Ninguém quis provar o bolo.
b) Visitei minha tia na semana passada.
c) Come-se um bom vatapá neste restaurante.
d) Há muitas bicicletas na garagem do prédio.

c) Come-se um bom vatapá neste restaurante.

3. Em qual das seguintes orações há sujeito inexistente?

a) Saiu cedo do trabalho e foi ao médico.
b) Ventou muito durante a noite.
c) Alguém ouviu a campainha?
d) Atropelaram este cachorro durante a noite.

b) Ventou muito durante a noite.

4. Indique se os sujeitos destacados são agentes ou pacientes.

a) Ela cantou na festa da escola.
b) O senhor feriu-se com o machado.
c) Esse filme é assustador.
d) O casaco ainda não foi lavado.

a) sujeito agente
b) sujeito agente e paciente
c) sujeito agente
d) sujeito paciente

Realize mais exercícios sobre os tipos de sujeito em: Sujeito e predicado: exercícios com gabarito.

Louise Oliveira
Louise Oliveira
Graduada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é professora de Língua Portuguesa, autora de materiais didáticos e revisora de textos. Apaixonada pela escrita e pelo ensino de língua materna, produz conteúdos educacionais desde 2009 e carrega o propósito de levar educação de qualidade a todos.